sexta-feira, 8 de outubro de 2010

COMÉRCIO DA FELICIDADE


Dia das crianças se aproximando, logo também Natal e Ano Novo. Entre eles, um 2 pouco lembrado e um 15 não mais comemorado.

- E quando eu vou ganhar aquele presente? - berra o pequeno.
- Se você passar de ano eu dou no Natal - responde o genitor.

Pais são acostumados a prometer aos filhos, desde cedo, a felicidade materializada.
A discórdia começa quando as expectativas do pequeno não são satisfeitas. Expectativa por uma felicidade nova, aquela que apareceu na TV na semana passada. A felicidade à venda que se compra muitas vezes em imperdíveis promoções. À vista, a prazo, em 10 vezes no cartão, ou ainda com frete grátis pela internet.
Ela cabe na mão, no bolso, no corpo; e até na casinha de brinquedo.
Em supermercados ou em grandes centros comerciais, ela fica exposta na vitrine, a seduzir por sua beleza, praticidade ou mero luxo.

O terrível medo contemporâneo de não ser feliz - se é que sabem o conceito de ser feliz - ou de que algo não saia como planejado leva homens e mulheres a sentirem necessidades não se sabe do quê. É então que saem em compulsiva busca - fora de si - pela matéria capaz de suprir suas ausências, carências, crises, falta de atenção.
É o que chamam de felicidade.

Aquela que viaja na sacolinha plástica, dentro no ônibus lotado, em posse do humilde senhor, ou ainda aquela que corre sob o braço da senhora que se esconde da chuva. Ora ela toma o lugar da comida da mesa de um certo José, ora é a voz conhecida pelo tele-namoro na qual se depositou confiança.

E por aí vai... Quando a encontram de verdade, é tarde.

O dia 2? É dia do que mesmo?
Dia 15? Não me recordo...
Nossa, dia das crianças está chegando. A molecada está ansiosa!

4 comentários:

  1. Bom dia Lucimara:
    De fato, precisamos de muito pouco para sermos felizes. Aliás, as melhores e mais perenes "coisas" o dinheiro não podem comprar. Nenhum brinquedo, nenhuma roupa, nenhum bem material é capaz de substituir o amor entre as pessoas. E é isso que realmente importa. Se os pais educarem assim seus filhos, voltaremos a lembrar da importância do dia 02, do dia 15. Belíssimo texto e bela reflexão. Obrigada "guria". Um ótimo fim de semana para você, beijos no seu coração ;)

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  2. Você tocou num ponto fundamental da questão: o capitalismo cria necessidades que de fato não precisamos. Vivemos numa sociedade profundamente capitalista e, por falta de esclarecimento, as pessoas costumam compensar todo tipo de necessidade com bens materiais. Às vezes essas necessidades são de ordem espiritual, artística e espiritual, necessidades de prazeres que habitam em planos não-materiais, mas ainda assim a sociedade acha que o dinheiro é a chave de todos os seus problemas. Claro que ás vezes, quando privado de uma coisa ou outra, eu não penso assim, mas no calor do momento pensamos bobagens que são dissipadas em momentos de lucidez (como este). Um apego psicológico pelo material dá sentido a toda corrida frenética que vivemos hoje. Beijos!

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  3. Realmente o mundo capitalista faz com que esqueçamos o verdadeiro significado das datas, e em alguns casos esses "dias" se tornaram completamente comerciais, como por exemplo, Dia das Crianças, Natal, entre outros. Como bem mostra a imagem deste post, às vezes muitas pessoas pensam que podem comprar até mesmo o mundo, mas não adianta ter as coisas materiais e não se ter felicidade e uma convivência familiar agradável.
    É lógico que as vezes pensamos, porque não temos isso ou aquilo, mas de repente esse "algo material", não é o mais importante naquele momento e vamos perceber isso somente mais tarde.

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  4. O dia 15 nunca passa em branco para mim, por isso não permito que esqueçam dele.
    Veja:
    http://patymichele.blogspot.com/2010/10/aos-mestres-com-carinho.html
    abçs

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